Um pouco como no meu teste anterior sobre Espada e Fada, hoje vou apresentar a vocês uma licença pouco conhecida em espanhol porque ainda não cruzou as fronteiras do Japão. Soul Hacker vem da licença Megami Tensei e é publicado pela ATLUS. Estou falando de ATLUS porque ele começou a ser bastante conhecido entre nós nos últimos anos, graças em particular à série de RPG Persona. Depois de várias adaptações nos anos 2000/2010, a editora volta ao cargo com uma nova obra deste último.
Soul Hackers 2 é normalmente a continuação do primeiro jogo de mesmo nome. Não tendo jogado o primeiro, não poderei contar toda a história que se passa por lá. Nesta nova obra, uma entidade artificial muito próxima da humanidade descobre, graças a cálculos e uma espécie de presciência, que o fim da humanidade está muito próximo. Para tentar resolver esse problema, ela cria duas entidades de forma quase humana, Ringo e Fig. Se você controla Ringo ao longo do jogo como personagem principal, saiba que o segundo personagem não fica de fora da história do jogo.
O mundo humano neste jogo não é como o cotidiano. Mesmo que a maioria dos humanos não veja, existe um mundo conectado ao dos humanos cheio de monstros e principalmente demônios. Certos humanos, sejam bons ou maus, são chamados de Devil Summoners e têm a habilidade de usar demônios para realizar ações no mundo humano. Como um ser separado desses dois mundos, você não tem a faculdade inata para fazê-lo, mas foi-lhe confiada uma arma (COMP) que pode equipar demônios para usar seus poderes. Porém, a principal peculiaridade de sua personagem não está relacionada ao demônio, mas ao fato de ela poder hackear almas humanas (daí o nome do jogo) para trazer um humano de volta à vida caso ele tenha morrido ali há pouco tempo. Não é uma habilidade que você pode usar como tal, mas sim um componente da história que permite recrutar companheiros de viagem.
Sem entrar muito nos detalhes da história, você navegará em uma cidade bem próxima a Tóquio e de aspecto bem futurista para investigar os acontecimentos calculados pela entidade que te criou. À medida que a história avança, você conhecerá novos personagens, alguns dos quais podem acompanhá-lo. Como em qualquer RPG, cada personagem é único em suas características, mas também será necessário evoluir ele e seus demônios para aproveitá-los ao máximo. Cada personagem pode equipar diferentes itens para aumentar algumas de suas características. Esses equipamentos, como em qualquer RPG, podem ser encontrados em combate ou comprando-os de comerciantes.
Talvez eu insista, mas os demônios são realmente um dos pilares do jogo.Cada um de seus personagens pode se equipar com um deles para usar seu poder afiliado a um elemento. Esses demônios também sobem de nível a cada luta e ganham habilidades até certo ponto. Demora cerca de dez lutas para um demônio atingir seu nível máximo. Como esses demônios são afiliados a um elemento, eles se tornam uma mecânica obrigatória para entender e analisar para causar dano extra aos inimigos.
Vamos falar sobre as lutas do jogo, porém são apenas por turnos sem iniciativa. Seus personagens fazem suas ações e os inimigos depois. Cada um dos personagens pode realizar um ataque normal ou um ataque mágico vinculado em particular aos demônios com os quais você o equipou. Cada personagem oponente pode ter uma ou mais fraquezas nesses elementos que, por um lado, infligirão mais danos ao referido ataque, mas, por outro lado, aumentarão acima de tudo o contador de combo do turno. No final do seu turno de jogo e antes que os inimigos o ataquem, Ringo realizará um ataque em todos os inimigos cujo dano será proporcional ao número de combos no turno.
Embora os mapas sejam bastante lineares, eles são preenchidos com inimigos ou NPCs suficientes para serem interessantes. Será possível para você nas zonas neutras do jogo comprar todo tipo de coisas para melhorar seu time, mas acima de tudo para recuperar missões secundárias que também lhe permitirão ganhar itens ou dinheiro, por exemplo. Eles não são obrigatórios para avançar na história, mas ainda são bem aconselhados para desenvolver sua equipe de uma forma interessante. As missões não são complicadas por si só, mas você não terá um marcador em seu mapa exatamente para onde ir, apenas uma breve explicação e o nome do mapa onde o monstro/NPC pode estar.
O universo do jogo é muito marcado pela vertente futurista em que o jogo evolui. Como no jogo Persona, tudo é extremamente colorido de uma certa forma para acentuar a imersão e o apego que se pode sentir pelos personagens. Sejam os personagens principais ou secundários, aprendemos muito sobre eles e seu estado de espírito em relação à missão que lhe foi confiada. A mecânica de Soul Hacking que Ringo possui também facilita aprender mais desde os primeiros encontros com os personagens para descobrir quem são e o que poderia ter acontecido em suas vidas (dentro de um certo limite).
Do lado da música, você não ficará desapontado com trilhas sonoras de qualidade impressionante que o envolvem ainda mais no universo em que você evolui. As passagens nas cenas ou durante certas fases mostram que o assunto foi mais do que dominado pela equipe responsável por este setor. É bom ter um pouco de tudo como estilo de música e não apenas um estilo eletro/peculiar preso a universos futuristas/cibernéticos.
Também não conhecendo a licença como um todo, fiquei agradavelmente surpreendido com o que pude ver em Soul Hackers 2. O tema fala muito comigo, gostei muito da forma como o título joga tanto no lado futurista do seu universo como no aspectos de roteiro relativos a esses personagens, em especial aqueles relacionados ao hack of the soul que permite que você conheça mais sobre os personagens que cruzarão seu caminho.
Mesmo que ainda não tenha terminado minha aventura, só posso recomendar este jogo, principalmente se você gostou muito da série Persona ou de jogos como Dragon Quest, por exemplo. O jogo está disponível em todas as plataformas de sala de estar, bem como no PC.