Além dos três títulos da Goblinz Publishing vistos por Kyotenshi, tive a oportunidade de testar Ozymandias com seu desenvolvedor.
Geralmente, os jogos 4X são jogos ultra exigentes que exigem um investimento de várias dezenas de horas de jogo antes de conseguir desenvolver seu império o suficiente para reivindicar a vitória. A Ozymandias tenta sacudir hábitos oferecendo sessões curtíssimas, com duração máxima de uma a duas horas.
A história é inspirada nas histórias de viagem da exploradora Gertrude Bell, bem como em recursos protegidos pela Unesco. Oito mapas serão oferecidos no lançamento, todos ambientados na era da Idade do Bronze. Mais seis estão planejados, na proporção de um por mês, na forma de DLC. Cada mapa sendo feito à mão, com um cenário em forma de fio condutor, leva tempo para ser feito. E se você está se perguntando de onde vem o título, o jogo leva o mesmo nome de um poema de Shelley que evoca notavelmente a fama de impérios que desaparece com o tempo (Wikipedia).
Um tutorial cobre o básico do jogo e os quatro recursos essenciais nos quais a simulação é baseada. A comida, bastante clássica, representa a população. O conhecimento permite que a civilização evolua. O poder é relativo à força militar de alguém. Finalmente, o dinheiro reflete sua economia.
A cada turno, o jogador coloca bandeiras, que custam comida, para reivindicar terras próximas às já conquistadas. Os custos variam com base em vários fatores, como distância de uma cidade, tipo de terreno e bônus desbloqueados. É tudo uma questão de troca e equilíbrio entre os quatro recursos. Por exemplo, o sacrifício de pontos de comida é usado para ganhar conhecimento, para desbloquear uma tecnologia no próximo turno, que vai baixar todos os custos de um determinado tipo de terreno, o que acaba levando a menos gastos com comida. Tudo é resolvido em forma de pontos, com um lado um tanto abstrato, embora não seja difícil imaginar que essa comida fosse de fato usada para contratar cientistas, que trabalharam nesses grandes projetos.
O desperdício deve ser evitado, ou pelo menos reduzido o máximo possível. Alimentos e Energia são as duas moedas mais impactadas. Daí a importância de fazer as trocas no momento certo. Não há necessidade de manter estoques de alimentos que irão apodrecer ou mobilizar um exército inútil.
Entre os turnos, depois de descobrir o que outros impérios estão fazendo, as oportunidades aparecem. Só é possível escolher um... ou nenhum. Algumas atualizações são ativadas imediatamente. Outros pedem para completar pequenas tarefas para obter a recompensa. Nenhuma opção é inútil, sendo a seleção semi-aleatória entre uma centena de oportunidades diferentes.
Depois de dez a quinze turnos para solidificar a economia, o jogo se torna militar. As lutas são resolvidas com um sistema de oposição de poder. Cada exército permanece em seu território reivindicado e se opõe ao do inimigo. Após algumas voltas, o terreno adjacente é conquistado pelo Império com maior poderio militar. É claro que não há nada que impeça uma retirada se a luta for perdida antecipadamente.
A dificuldade é alta. Como o desenvolvedor nos explica, todo o jogo é baseado em equações matemáticas relativamente simples de gerenciar para uma máquina. Assim, são propostos sete níveis, de forma a oferecer um desafio adaptado a todos os jogadores, independentemente do seu nível de habilidade. O jogo está programado para ser lançado em outubro e agora você pode solicitar acesso ao teste de jogo se quiser se envolver no desenvolvimento.
Eu mesmo fiz porque, mesmo que não estivesse totalmente convencido, o conceito é interessante. Em particular, temo uma certa repetição nas ações e muitos cálculos a serem feitos. Mas a paixão com que o desenvolvedor nos apresentou seu projeto promete grandes coisas se ele colocar tanto fervor no desenvolvimento. Ver portanto o que o conceito dá com a cabeça limpa, longe da azáfama da gamescom o que não ajuda necessariamente a apreciar o desafio que Ozymandias representa.