Primeiro jogo do estúdio alemão kaleidoskube, A Juggler's Tale é um jogo independente lançado em 29 de setembro de 2021 nas diversas plataformas atuais. É uma aventura de rolagem lateral em 3D e um jogo de quebra-cabeça que lembra, entre outros, Inside ou Limbo. O jogo é publicado pela Mixtvision Games e, como o estúdio de desenvolvimento, sua intenção é enfatizar a narrativa e oferecer conteúdo envolvente e até emocional para qualquer público. E, de fato, neste jogo, a jogabilidade e a narrativa são uma só.
Como o jogo é bem curto (pouco menos de 2 horas), vou falar apenas do início do cenário para evitar spoilers. As capturas de tela que fiz são para dar uma visão geral das várias configurações e quadros presentes no jogo, tentando não mostrar os quebra-cabeças ou o fluxo da história.
Ao chegar no menu do jogo, a trilha sonora anuncia o folclore medieval. A cinemática introdutória inclui um narrador, ou melhor, um contador de histórias, que introduz a história, enquanto o visual confirma o universo da fantasia medieval. Um teatro de marionetas, a decorrer numa taberna, é o cenário da aventura que se segue. A cortina se abre: o contador de histórias não é outro senão o marionetista, e vamos encarnar Abby, uma marionete que parece uma garotinha.
A peça em que vamos atuar. A cortina se abre no personagem principal.
Não há VF para as vozes, mas as legendas são em francês, e um grande trabalho de tradução e adaptação foi feito para respeitar as rimas e o significado dos versos.
A jogabilidade é bastante simples: você pode se mover e interagir com um objeto ou elemento do ambiente. Especificidade do jogo, os fios que ligam os personagens ao marionetista, além de visíveis, possuem uma fisionomia própria. De fato, sendo a progressão principalmente horizontal, os fios de Abby mais de uma vez ficarão presos contra os elementos verticais do ambiente, como é visível nas imagens abaixo (e explicadas pelo contador de histórias):
Não se esqueça, física. Os fios bloqueados permitem um movimento pendular.
A imersão é um sucesso: a trilha sonora está em perfeita sintonia com a ação, os cenários são excelentes e a jogabilidade é simples, mas intuitiva. Nós nos movemos ao ritmo das rimas líricas do contador de histórias, agindo sobre suas palavras, enquanto eles narram nossas ações. Muito rapidamente, você terá que pensar com cuidado para sair de diferentes situações ou evitar certas armadilhas. Há mais no jogo do que apenas correr para a direita do início ao fim. Muitas vezes temos que refazer nossos passos para resolver um enigma, pegar um objeto, etc. Os objetos úteis, ou com os quais é possível interagir, são no entanto indicados por um detalhe ou elemento vermelho, o que evita tentar interagir com tudo e qualquer coisa no ambiente.
Interaja, veja o que acontece e então reaja.
Os quebra-cabeças tornam-se um pouco mais complexos à medida que o jogo avança, na medida em que as etapas necessárias para resolvê-los são mais numerosas, devem ser executadas em uma determinada ordem ou exigem habilidade e velocidade. A solução para os vários quebra-cabeças permanece bastante acessível e geralmente é intuitiva ou lógica; e se não for assim, o contador de histórias, que reage de acordo com nossas ações, nos dá indicações. Em resumo, devemos tentar colocar em prática nossas diferentes ideias para encontrar a solução. O que pode parecer um pouco improvável às vezes permite desbloquear um sucesso (principalmente refazer certas ações várias vezes, tentar várias possibilidades com tal ou tal objeto, etc.). Às vezes também é preciso desobedecer ao marionetista, ou pelo contrário, confiar nele, porque ele nos salva em certas situações.
Os filhos de Abby não são apenas uma restrição.
Cada nível representa um Ato do jogo, e entre cada um, o jogo realmente evolui, tanto em termos de história quanto em termos de cenário. Embora seja um side-scroller, o jogo não é tão linear. O aspecto teatral também reforça a imersão, e a interação direta ou indireta com o narrador e os demais personagens realmente dá uma singularidade ao jogo. As rimas fazem sentido, a história é clara e a atmosfera fica cada vez mais épica (especialmente graças ao tom do contador de histórias que evolui ao mesmo tempo que a música). Cada cena de cada ato também pode ser reproduzida no menu do jogo.
Abby também terá que se livrar de seus antagonistas.
Sem poder dizer ou mostrar muito mais, A Juggler's Tale é um verdadeiro sucesso. É certo que muito, muito curto, ainda mais pela qualidade, mas é apenas o primeiro projeto do estúdio. A aventura é realmente viciante e, dependendo da duração, vale muito a pena. Existem poucas configurações no menu e poucos comandos, mas o ponto mais importante do jogo é a narração. A jogabilidade minimalista corresponde aos limites impostos pelo tema e pelo universo, mas não deixa de estar a serviço do cenário; ao longo do jogo, cada ação faz sentido. No final, o jogo parece ser uma obra interativa transmídia, um videogame com visual de filme de animação, uma história dinâmica e cheia de reviravoltas dignas de uma peça teatral, e com uma trilha sonora que remete ao universo medieval.fantástico. É um jogo para todos os públicos, cuja história pode atingir pessoas de todas as idades. Como uma fábula ou um conto, o jogo transmite uma mensagem forte, através de uma aventura teatral e uma reviravolta original que muda a experiência de jogo.
- Steam / Epic Games / GoG (Teste feito no PC)
- PlayStation
- Xbox
- Interruptor