Neste final de semana, aproveitei a LudoNarraCon 2021, feira organizada na Steam para jogos narrativos, para testar cerca de vinte das demos disponibilizadas gratuitamente, e queria compartilhar com vocês minhas impressões, na forma de um top 3 de meus favoritos, seguidos de um pequeno discurso sobre os outros e meus sentimentos. Para cada um, avaliei em particular: a atmosfera sonora e visual, a história, a forma da demo (se é coerente, e sem grandes bugs) e a originalidade.
3 topo
Pinheiros Beacon
Num mundo de fantasia onde as personagens são todas animais, a atmosfera é o ponto forte deste jogo que se apresenta em forma de livro. Uma direção artística muito assumida, onde as cenas passam de páginas com ilustração 2D, para um mundo 3D. E fiquei maravilhado com o conceito de "encantos". Estas são simplesmente palavras que são recuperadas à medida que a história avança e que são usadas em um momento-chave para influenciar a ação. Como explica o narrador, basta mudar uma palavra em um texto para que o significado completo seja diferente. Esses momentos são revisitados à vontade, oportunidade de testar novas palavras para ver a história se desviar completamente.
Além de ser magnífico, uma jogabilidade perfeita, para esta demo de Beacon Pines muito curta, sem data de lançamento ainda.
Lago
No final dos anos 90, a heroína é uma jovem que retorna por algumas semanas à sua pequena cidade natal para substituir o pai, o carteiro local. Todos os dias, entra na carrinha branca para levar o correio e as encomendas aos habitantes, oportunidade de reencontrar velhos conhecidos, mas também de fazer novos amigos. Fases zen alternadas em que é só conduzir na localidade muito sossegada, construída à volta de um magnífico lago, e outras fases de conversas intensas. Alguns sistemas de jogo ainda precisam ser aperfeiçoados (tive que reiniciar o jogo para falar com um NPC e presenciei alguns terríveis acidentes de carro), mas saúdo a originalidade do jogo que me prendeu nos 3 dias de demonstração.
Previsto para este verão, Lake em sua versão final acontecerá ao longo de duas semanas. Continua !
Spiritfarer
Hesitei muito em colocar este jogo no top 3 porque já foi lançado desde agosto e a qualidade necessariamente sofre, em comparação com as outras demos, que visam apresentar jogos futuros. Aqui, a heroína é um jovem barqueiro de almas que viaja por um mar místico. Seu enorme barco, ocupado por personagens atípicos, é repleto de atividades, como pesca, culinária, jardinagem... Algo para ocupar o tempo da viagem para guiar os espíritos rumo ao além.
Muito dinâmico, com uma história que se desenrola sem se impor, as 7 avaliações extremamente positivas no Steam são bem merecidas, é uma verdadeira paixão, para um jogo que pedirei a chave sem demora, para descobrir na íntegra.
L'Outsider
Não compre este jogo
Não sei onde classificar esta demo... então criei uma categoria para este jogo porque não consigo colocá-lo decentemente no top 3 devido aos seus gráficos super simplistas... Mas há alguma ingenuidade no viés que não posso negar. A demonstração é um minijogo independente. O jogador se encontra em uma sala com um botão vermelho na parte inferior e, claro, como todo mundo, quero apertar! Mas o narrador tenta de tudo para nos dissuadir com, na chave, minijogos e um interessante monólogo da narração.
Não compre este jogo está em disputa (vai sair "quando estiver tudo 100% pronto para você não comprar"), por mais estranho que seja. Confesso que mal posso esperar para ver como será o produto final. E se você tiver de 10 a 15 minutos, aconselho a fazer a demonstração para formar sua própria opinião:
Outros (em ordem alfabética)
Ambição: um minuto no poder
No final do século XNUMX, uma jovem camponesa vai para Paris, graças a um jovem nobre com quem ela tem um caso. Mas seu jovem amante não pode ser encontrado na taverna onde ela deveria encontrá-lo, então ela decide procurá-lo, enquanto descobre a vida em sociedade. Dando a impressão de ser uma visual novel ruim, o título não brilha com seus gráficos, uma sequência de cenas fixas, com os personagens em primeiro plano. Mas esconde sob esta aparência comum uma certa profundidade, uma série de festas durante as quais a jovem poderá progredir em várias facções, mas também recolher mexericos que poderá revender. O gerenciamento de roupas traz um parâmetro adicional, algumas facções apreciarão uma aparência que outras obviamente odiarão!
Uma demo legal, mas que termina um pouco abruptamente, para um jogo promissor que não estava longe de conseguir um lugar no meu top. A versão final de Ambition: A Minuet in Power está agendada para esta primavera:
Cidade do botão
A área de jogo vem na forma de mini-mapas empilhados bastante fofos em um ambiente muito chamativo. A demonstração leva a entrar na sala de fliperama, onde você deve reunir um time para vencer o melhor time da área. Depois de alguns diálogos para convencer outros três jogadores (incluindo um, por exemplo, que quer um suco de fruta), o jogo começa, que assume a forma de um minijogo onde você deve matar inimigos e trazer frutas de volta. Uma história um tanto leve, para um jogo que me deixou perplexo com sua mistura de gêneros, a demo não tendo me permitido entender o propósito.
Button City, categorizado como jogo de aventura, deve ser lançado "em breve":
Chicória
Outro jogo que poderia muito bem ter um lugar entre os 3 primeiros, mas a história é um pouco simples em comparação com os concorrentes, pelo que pode ser julgado na demo de qualquer maneira. Porém, começou bem, com um mundo que de repente perde todas as suas cores. Em preto e branco, o herói, um cachorro que se parece com o Snoopy, se vê armado com o sacrossanto pincel, que tem o poder de restaurar a cor! É possível manchar o chão e as paredes e pintar os grandes elementos de uma só vez (árvore, pedra, móveis, etc.). Para além do aspecto criativo (ou catastrófico) de poder repintar o mundo, alguns mecanismos estão ligados à presença, ou ausência, de cores, permitindo fazer crescer ou desaparecer plantas que bloqueiam o caminho, ou fazer crescer cogumelos que enviam pelo ar. Usando o ambiente, o herói avança por níveis 2D de cima para baixo com inimigos e um chefe feio no final, no estilo mais perfeito do gênero.
O jogo de colorir Chicory está planejado para esta primavera, principalmente se você gosta do gênero top-down:
História do Diretor de Jogo
Estamos indo aqui mais na simulação do que na narração, o que explica por que não a considerei para o topo, apesar de uma demo com sistemas de jogo bem desenhados que o colocam no lugar de um Diretor de Jogo encarregado da criação de um jogo algumas semanas antes da E3. Você tem que administrar os problemas do estúdio diariamente e garantir as demandas das diferentes partes interessadas entre a equipe, a editora, o jogo, o dinheiro e a imprensa. Então não é bem uma história propriamente dita, mas sim mais histórias, o dia a dia de cada desenvolvedor, com suas aspirações e medos.
Planejado para 2021, interessante se você gosta do aspecto de simulação, e uma grande quantidade de texto sem muita ação não te assusta:
Genesis Black
Outro jogo que tenho dificuldade em classificar porque a atmosfera é perfeita, num mundo cheio de nuances. Os planos estão interligados, com uma câmera controlada a cada momento, entre o filme noir e os quadrinhos. A música é extremamente importante, sem dúvida a melhor trilha sonora da lista. O personagem é atípico, todo comprido, com uma cabecinha muito expressiva. Mas tive dificuldade em ver para onde a demonstração estava indo e até mesmo entender o que estava fazendo. Cliquei em todo o lado, as coisas começaram a acontecer, para uma experiência atípica mas que te deixa um pouco insatisfeito.
É bom saber que a demonstração é apenas uma visualização truncada. Genesis Noir está disponível desde março de 2020 e é classificado como "Muito positivo" no Steam. Pelo pouco que pude ver, claramente vale a pena o desvio se o todo for mais coerente (como os comentários sugerem):
Minuto das ilhas
A jovem heroína da parca amarela vive em uma ilha estranha, alimentada por quatro titãs que de repente desmoronam. O ambiente é bastante sombrio, embora muito colorido, com muitos elementos orgânicos, como tentáculos que servem de pontões ou fluidos para alimentar os mecanismos, o que dá a impressão de estar nas entranhas de um monstro. Lá fora não está muito melhor, com pássaros de olhos injetados inchando não sei o quê. Com um lado plataforma que me cansou bem rápido, a história é contada através do ambiente, com claro objetivo de entender porque os titãs adormeceram.
Você poderá acompanhar a jovem faz-tudo do Minute of Islands muito em breve:
No Longer Início
A demonstração começa com uma discussão longa e ligeiramente deprimente entre duas pessoas sentadas em suas cadeiras, antes de encontrá-los alguns meses depois, em seu apartamento. A atmosfera também é melancólica porque seus estudos acabaram, eles não conseguem encontrar um emprego e todos os seus colegas de quarto estão fazendo as malas. Apesar dos gráficos que me intrigaram, o ritmo é muito lento, lento demais, para apontar e clicar puro e duro que leva a uma história semi-biográfica dos dois desenvolvedores.
No Longer Home, um jogo nostálgico, que sem dúvida beneficiaria de ser degustado como um todo, ao invés de ser desperdiçado neste trecho que é esta demo, que não me permitiu vibrar pelos seus heróis.
Lá Fora - Oceanos do Tempo
Outro jogo que não colocaria na narrativa, pelo menos pelo que apresenta a demo, que te leva a bordo de uma nave espacial para explorar a galáxia. Cada sistema solar tem seus recursos e seus planetas telúricos onde é possível pousar, explorá-los. A pouca narrativa apresentada limita-se a algumas descobertas feitas na superfície. A maior parte da jogabilidade está mais próxima da sobrevivência, entre oxigênio, combustível, condição do casco e moral da tripulação. Mas também uma vez na superfície para os pontos de vida dos tripulantes, a fim de evitar o fim do jogo!
A exploração espacial começará em 2021:
A mão invisível
Uma nova simulação, desta vez de um trader, que coloca atrás da mesa um gestor de ações. Um humor negro omnipresente, e alguns fragmentos de história pela intervenção dos NPCs, mas sobretudo uma simulação por isso, que me perdeu um pouco por todas as suas figuras.
A Mão Invisível, sem dúvida, atrairá os traders amadores a partir de 7 de maio:
Túnica
Jogo bonito de ação e aventura, mas não muito narrativo. Sem contar que o demo não suporta teclado (somente controlador). O herói é uma raposinha, que parte para explorar o mundo, com uma jogabilidade bem clássica, levando a matar monstros para recuperar pequenos corações, a encontrar baús de tesouro para acumular saques e a matar chefes. Aliás, o último boss me surpreendeu tanto, que morri... e que me vi no começo sem entender nada!
Tunic não é muito meu estilo de jogo, muito voltado para o console, mas é fofo!
Desempacotando
Sem problemas, agora vem a simulação de mudança! O conceito é super simples e divertido, tanto que me perguntei: por que nunca foi feito? As caixas estão esperando em uma sala a ser arrumada, com todos os itens pessoais da pessoa. Começa com um quarto de criança, antes de se tornar um pequeno estúdio de três quartos.
E é assim que fica depois:
Planeado para 2021, não propriamente narrativo, mas claramente divertido!
Vertente Inconstante
E por fim, Wayward Strand, que te leva a um dirigível/navio/hospital onde a heroína é filha de uma das enfermeiras. Ela pretende aproveitar sua vinda a bordo para escrever um livro e vai ao encontro dos moradores para conhecer suas histórias. Um jogo muito promissor onde, ao contrário dos outros, o movimento é limitado a lugares visíveis, que podem ser visitados clicando em uma espécie de bolha no mundo, que funciona um pouco como um mapa. Mas a demo é muito curta, muito curta, e realmente não lhe dá a oportunidade de mergulhar no mundo bastante especial do título.
Pequena nota para a tela final que dá uma visão geral da estrutura narrativa do lado do desenvolvedor!
Previsto para 2022, um jogo ainda em rascunho, e mostra, mas a seguir porque pode se tornar muito interessante depois de finalizado: